"Era preferível" não haver moção de censura

O ex-ministro da Economia Augusto Mateus admitiu hoje que "era preferível" que o PS não apresentasse uma moção de censura, defendendo antes o entendimento entre o maior partido da oposição e o Governo.
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"Talvez fosse preferível não haver [moção de censura]. Talvez fosse preferível haver uma concertação entre os partidos, mantendo as suas diferenças. Sendo diferentes, os partidos podem juntar-se naquilo que são tarefas nacionais", afirmou Augusto Mateus, que foi ministro no governo PS de António Guterres.

O ex-ministro admite que a moção de censura socialista demonstrará, sobretudo externamente, "menos colaboração e aproximação" entre os partidos que devem executar o programa de assistência financeira internacional a Portugal.

Para Augusto Mateus, com um contacto "regular" entre os principais partidos, as medidas a adotar em função da situação económica e financeira do país seriam "melhor aplicadas, mais proporcionadas e haveria mais consenso social".

"Mal não faz. É uma moção de censura que não tem qualquer potencial de fazer cair o Governo, tem é um potencial de dar uma indicação interna e externa de um afastamento entre o PS e o Governo, entre os partidos que subscreveram o memorando de entendimento", disse ainda, questionado pela agência Lusa à margem de um seminário promovido em Viana do Castelo no âmbito do 125.º aniversário do Jornal de Notícias.

Ainda assim, sublinhou o professor de Economia, com a moção de censura que será apresentada pelo PS, "não vem mal nenhum ao mundo", apesar da necessidade principal de Portugal corrigir o défice público.

"O que está mal é não haver um sentido da emergência da situação em que o país está", rematou.

O deputado socialista Pedro Marques afirmou hoje que a moção de censura do PS ao Governo deverá ser entregue esta semana no Parlamento, tendo como principal objetivo uma mudança de políticas no país.

Pedro Marques falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de ser questionado sobre quando o PS formalizará na Assembleia da República a entrega da sua moção de censura ao Governo.

"A moção de censura deverá ser entregue na corrente semana, sendo depois discutida no início de abril", disse.

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